Friday, January 27, 2006

Efémera


Detesto a minha vida
Detesto a ânsia de viver
E esta ânsia de morrer!
Detesto a sociedade
A sua hipocrisia e o seu grande
Dom de nos fazer sentir excluídos.
Detesto os outros e a mim mesma.
Detesto-me porque sou de outra espécie.
Detesto estes genes repelentes
Que me afastam e afastam-me.
Queria tanto ser como a efémera
Queria tanto viver só 24 horas
E poder aproveitar cada minuto
Com os melhores momentos.
Fazer o que de melhor há…
E com o pôr-do-sol, desvanecer
No aconchego de alguém especial…

gfsf 10/01/2006

Thursday, January 26, 2006

A minha praia


Há sempre mais uma onda que chega a esta praia.
Cada onda (mais algas, piranhas, alforrecas, conchas...) em mim desmaia.
As algas atrapalham e amarram-me.
As piranhas e as alforrecas invadem-me até estar de rastos.
As conchas chegam e batem-me na cabeça até perder os sentidos.
O vento passa e nem me presta atenção, é como se não estivesse ali.
Só o sol permanece, estático, a olhar para mim sem me ver.
Ele é cego. Mas também não quero que este me veja.
Quando desistem de me atacar...
Eu recupero o ânimo e a paz, mas depressa outra onda torna a chegar.
De novo me tornam a derrubar.
É assim a minha praia. Deserta, despida de qualquer maresia.
Durante a noite refugio-me nas rochas, e escrevo poesia.
Mas, se um dia, a maré sobe e me assaltam pela escuridão,
Não vou ter o brilho e luminosidade do sol para me acordar e ajudar.
Depois de me agredirem vão-me abandonar lá, por entre a vastidão dos penedos e da noite.
Na aurora, quando voltarem, em mais uma onda, já não vão ter quem derrubar.
Finalmente, vou descansar!
gfsf (19 /11/2005)

Tem dias...


Tem dias que amo sem cessar
Gosto de viver
E tenho forças para lutar
Contra o degradante amanhecer
De factos e pessoas decadentes,
De actos horríveis e nada benevolentes.

Tem dias que detesto estar.
Me transbordo de raiva
E não suporto tanto chorar.
Deixo-me enterrar e
Enlamear por todos.

Tem dias que gosto de esperar,
E espero com a esperança
Na espera de algo mais alcançar.
Gosto de brincar, de amar,
De sorrir e ajudar.

Tem dias que me sinto pequena
E pequena em tudo.
Sinto-me fraca e incapaz.
Já nada me marca
E simultaneamente tudo me demarca.

Tem dias em que as flores se fecham.
A maré sobe.
A noite chega.
O vento sopra.
Os relâmpagos lampejam.

Tem dias onde não amo
MAS, também, ninguém me ama
… NINGUÉM…
Alguém me amará concerteza,
Mas sem certeza, continuo aqui.
Porque tem dias…



gfsf 10/12/2005

Sunday, January 15, 2006

Loving the others







Amo como ama o amor. Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar. Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo?
(Fernando Pessoa)
Porque não juntarmo-nos e seguirmos isto?!

A mediocridade familiar dos nossos tempos


Numa sociedade repleta de horários rígidos, trabalhos extraordinários, e de “tempos livres” cujo significado já estão fora de moda, por mais uns cêntimos no final do mês trabalha-se até às quinhentas, aos sábados, domingos e feriados. O egoísmo e a avareza predominam onde a crise só aparece no exterior e nas cortinas da vida social, no âmago prevalece uma riqueza intocável. Outras vezes impera uma aparência, uma beleza estética de alta elite, onde no seio de toda esta vaidade, a penúria é mais que muita.
Mas muito acima de todas estas hipocrisias está o sempre bem considerado conjunto de pessoas, designado família. Sim, porque o único facto em comum é serem pessoas que se amontoam numa mesma casa. Com todas estas preocupações medíocres, é esquecido o “timing” que se dedica à família como entidade de união e fraternidade. Se os filhos estão em casa, os pais não; se os pais estão, os filhos não! Quando se encontram, não é por acaso, ou é para ir às compras ou para pedir dinheiro, ou então para falar... sobre a situação económica da família, claro! Infelizmente para todos, estes exemplos, são-no de famílias tipicamente portuguesas.
Numa família já não se dá amor, não se preza pela confiança e partilha de emoções e situações. Ninguém tem tempo para si, quanto mais para o outro, para a família...
Felizmente, e mesmo em minoria, existem algumas famílias que não se preocupam com uma ostentação ilusória, ou com o multiplicar de cifrões na conta bancária. Preocupam-se uns com os outros, e é aqui que buscam apoio nos momentos difíceis, partilham as boas ocasiões, aplicam o seu suor num desenvolvimento sócio-cultural e educacional de todos os membros do agregado, e não pensam em mostrar roupas novas à vizinhança ou em fazer uma mega poupança para levar consigo no caixão.
Não percebo, realmente, como é que quando um casal trabalha, o marido faz trabalhos extra ao sábado para sustentar o vício da caça, mas para permitir o ingresso, da filha única, ao ensino superior não existem verbas disponíveis. Por outro lado, e noutro lar, só o homem trabalha, mas todos unem esforços para manter dois dos três filhos a estudar na universidade. É aqui que reside a verdadeira diferença, e a autêntica moral responsável de uma família, que zela por um futuro melhor para todos! É este exemplo de coragem e dignidade, que todos devemos seguir!

Gisela Ferreira

Saturday, January 14, 2006

Oh.. Sr. Dr.


Maldito mundo de hipocrisias e favores, de cunhas e interesses. É degradante esta forma de viver, onde "Oh Sr. Doutor..." está na moda... aliás sempre esteve! A todos se chamam doutores, toda gente quer ser doutor... Como não conseguiram chegar à quele estatuto verdadeiramente fantástico, ser médico, exigem que sejam tratados por "Sr. Dr.", só porque sim! Mas depois temos, também, aqueles que só são médicos porque ocupam outro nível na sociedade, ocupam outra estirpe, é muito diferente!
Porquê que os portugueses são assim?! Porquê que são tão pequeninos e tão envaidecidos?! Tão pobres de espírito e cultura, e tão ricos de saias, casacos e cabeleireiro?! Tão tristes, tão lorpas e mesmo assim felizes, uma felicidade parva, carrasca e provida de uma mesquinhez e estupidez colossal!
ACORDEM para a vida real!!

Monday, January 02, 2006

Passagem de ano




Este ano a passagem de ano foi feita em casa da João, e pois houve grandes coreografias, karaoke, desenhos animados e até mesmo (pois é verdade) dores de estômago... sabe-se lá porquê!!
É com grande emoção que se recordam momentos como estes. Acima de tudo porque nos juntamos e convivemos de uma forma tão informal e pura...
Para o ano, quando estiverem uns em cada faculdade, outros a trabalhar e outros a repetir 12.ºano, que ocasiões como estas vão deixar saudade... Apesar de tudo, espero que a amizade e união prevaleçam. Adoro-vos turma, e gosto de todos vocês, cada um, com um carinho especial e diferente!