Sunday, January 15, 2006

A mediocridade familiar dos nossos tempos


Numa sociedade repleta de horários rígidos, trabalhos extraordinários, e de “tempos livres” cujo significado já estão fora de moda, por mais uns cêntimos no final do mês trabalha-se até às quinhentas, aos sábados, domingos e feriados. O egoísmo e a avareza predominam onde a crise só aparece no exterior e nas cortinas da vida social, no âmago prevalece uma riqueza intocável. Outras vezes impera uma aparência, uma beleza estética de alta elite, onde no seio de toda esta vaidade, a penúria é mais que muita.
Mas muito acima de todas estas hipocrisias está o sempre bem considerado conjunto de pessoas, designado família. Sim, porque o único facto em comum é serem pessoas que se amontoam numa mesma casa. Com todas estas preocupações medíocres, é esquecido o “timing” que se dedica à família como entidade de união e fraternidade. Se os filhos estão em casa, os pais não; se os pais estão, os filhos não! Quando se encontram, não é por acaso, ou é para ir às compras ou para pedir dinheiro, ou então para falar... sobre a situação económica da família, claro! Infelizmente para todos, estes exemplos, são-no de famílias tipicamente portuguesas.
Numa família já não se dá amor, não se preza pela confiança e partilha de emoções e situações. Ninguém tem tempo para si, quanto mais para o outro, para a família...
Felizmente, e mesmo em minoria, existem algumas famílias que não se preocupam com uma ostentação ilusória, ou com o multiplicar de cifrões na conta bancária. Preocupam-se uns com os outros, e é aqui que buscam apoio nos momentos difíceis, partilham as boas ocasiões, aplicam o seu suor num desenvolvimento sócio-cultural e educacional de todos os membros do agregado, e não pensam em mostrar roupas novas à vizinhança ou em fazer uma mega poupança para levar consigo no caixão.
Não percebo, realmente, como é que quando um casal trabalha, o marido faz trabalhos extra ao sábado para sustentar o vício da caça, mas para permitir o ingresso, da filha única, ao ensino superior não existem verbas disponíveis. Por outro lado, e noutro lar, só o homem trabalha, mas todos unem esforços para manter dois dos três filhos a estudar na universidade. É aqui que reside a verdadeira diferença, e a autêntica moral responsável de uma família, que zela por um futuro melhor para todos! É este exemplo de coragem e dignidade, que todos devemos seguir!

Gisela Ferreira

4 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Olá menina! Por vezes tenho a impressão que falas da tua experiência familiar... Se for esse o caso não aceites este comentário...

7:29 AM  
Blogger gi said...

não, não estou a falar da minha vida familiar... lol..

12:40 PM  
Anonymous Anonymous said...

É uma satisfação saber que não é da tua experiência que falas. Mas, infelizmente, é verdadeiro o sentimento que aqui apresentas. Quantos daqueles que nos rodeiam e connosco privam, sofrem desse mal das sociedades modernas: a falta de tempo para tudo, até para viver! E esquecem-se de que a vida são dois dias, e o dia de hoje já conta...

3:05 AM  
Anonymous Anonymous said...

Cá estou outra vez a ver se digo algo k jeito tenha o k duvido não é!
é assim para mim tudo o k disses-te no comentário é verdade mas acho k o culpado para alem do geral(sociedade) é o individual (cada um) pois dentro do agregado familiar é k reside a educação k hoje em dia está mais a cargo das educadoras de infancia do que dos pais em si mesmo e por esse facto tambem os jovens o irão fazer aos seus, pois nunca lhes foi dado o k mereciam quando devia ser dado por direito. se não vejamos para k os direitos humanos se cada vez mais somos mais desumanos???

11:55 AM  

Post a Comment

<< Home